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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

As rádios locais hoje em dia.

Dias atrás iniciava a Paula um fórum de discussão na página do FB que tinha como pano de fundo um programa que ela tinha ouvido. A Paula iniciava desta forma as hostilidades:


"Hoje na Antena 3 - Prova Oral com António Alvim e Jorge Alexandre Lopes (confesso que esqueci os restantes nomes) falaram em Rádios locais, da pouca visibilidade das actuais e acham estranho que quem seja de um determinado local prefira uma Rádio Nacional em detrimento da Rádio da sua região. A participação de um dos ouvintes foi exemplo disso. Nos anos '80 tempo da nossa frequência em FM 98.7 MHZ, Rádio Regional da Amadora, como era?"


Ora bem, o tema merece realmente discussão. No tempo da RRA o panorama não era exactamente descrito no texto supra. Na realidade os indicies de audiência e a forma como a população participava e acarinhava a "sua" rádio era sem dúvida uma motivação e orgulho.


Como é óbvio reporto-me à RRA mas esta situação era extensível às demais emissoras locais que ao tempo existiam, aliás, embora ouvintes fieis existissem, ouvintes que apenas escutavam a rádio local da sua eleição, também se assistia a um zapping entre as estações locais.


Sou sempre muito critico quando se afirma que noutros tempos as coisas eram de uma forma e que agora já não o são, posso estar errado, mas em minha opinião o que eventualmente falta hoje em dia a essas emissoras que não conseguem conquistar audiências é a entrega, a paixão, a dedicação e a motivação para servir uma comunidade.


Acredito que o espaço das rádios locais continua a existir e não deve desaparecer, lamentavelmente a legislação que previa a sua existência foi totalmente desvirtuada, tendo-se assistido ao vingar de interesses económicos que foram comprando frequências matando as rádios locais e transformando-as na sua maioria em parte integrante de rádios nacionais. Tudo isto aconteceu nas barbas da entidade reguladora sem que esta, ao que julgo por falta de legislação que a apoiasse, pudesse fazer algo para evitar este genocídio radiofónico.


Termino reforçando o que já disse, não é de todo verdade que não exista espaço e/ou interesse por parte das populações no que respeita às rádios locais, basta ver o que acontece com algumas a servir o interior norte do País. Faltará trazer de novo à luz o espírito da lei que no final da década de 80 legalizou e atribuiu licenças de radiodifusão às emissoras locais.

Quem sabe se, uma vez mais, como há 20 anos devemos dar o passo e colocar-nos na linha da frente para que o espírito da lei e o objectivo com que foi criada seja de novo encontrado.

Convido-vos a participar nesta discussão, discussão que queremos acesa e participada para que possamos, reunindo as opiniões e as ideias de todos encontrar a forma correcta de actuar e contribuir para inverter esta tendência.

Um abraço a todos.

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